Mãe de mulher morta em Franca, SP, por ex-namorado PM pede que ele seja condenado: 'Pena máxima'
18/04/2024
(Foto: Reprodução) Douglas Teixeira da Silva vai a júri popular nesta quinta-feira (18) pelo feminicídio de Thabata Caroline Gonzales Silva, em novembro de 2021. Ex-policial acusado de matar namorada vai ser julgado em Franca
A mãe de Thabata Caroline Gonzales Silva, morta a tiros em 2021 após terminar o relacionamento com o então policial militar Douglas Teixeira da Silva, espera que o ex-genro seja condenado nesta quinta-feira (18) em Franca (SP).
“Estamos aguardando, clamando por justiça. Que ele pague pelo ato monstruoso que fez, que ele pegue a pena máxima. Ele está usando de todos os artifícios para distorcer esse ato que ele cometeu, mas ela não teve como se defender”, diz Maria Emília Gonzales.
Teixeira será levado a júri popular no Fórum de Franca. Procurada pela EPTV, afiliada da TV Globo, a defesa dele não comentou o assunto.
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Thabata Caroline Gonzales Silva foi encontrada morta dentro de carro estacionado em chácara em Franca, SP
Arquivo pessoal/Divulgação
Relação conturbada
Segundo a Polícia Civil, o casal manteve um relacionamento por dois anos, mas estava em processo de separação porque a relação era conturbada por causa de ciúmes.
A mãe de Thabata lembra que, em janeiro de 2021, a filha contou que estava tentando se separar do namorado. “Ela já tinha terminado, mas ele voltava. Ela comentou que ele chegou a pular o muro da casa dela, ela já queria separar há muito tempo. Ela tentava.”
Ainda de acordo com Maria Emília, Thabata queria apenas seguir a vida sem prejudicar Teixeira, que era soldado, na corporação.
“Até nos últimos dias dela a preocupação era não prejudicar ele profissionalmente. Dependendo da atitude que ela tomasse na Justiça, poderia prejudicar ele, então ela queria dar um tempo para ele se resolver, arrumar um lugar. Isso é o que a gente sabia, ele contava pra ela que ia embora.”
Violência
Um dia antes de ser morta, em novembro de 2021, Thabata registrou um boletim de ocorrência contra Teixeira por agressão. Ela relatou que, na volta de uma festa, ele tentou manter relações sexuais com ela. Ao negar, segundo o depoimento, foi ameaçada com uma arma e agredida no pescoço.
Na época, ela enviou um vídeo para familiares mostrando marcas no pescoço atribuídas às agressões do ex-namorado (assista abaixo).
Antes de ser encontrada morta em Franca, SP, vítima registra marcas de agressão em vídeo
Segundo a família, Thabata também enviou uma mensagem de texto à mãe pedindo que ela tomasse conta dos filhos, como se estivesse temendo o pior.
"Mãe, cuide bem das crianças, proteja com unhas e dentes, como a mãe maravilhosa que você sempre foi. Gratidão por nossa família. (...) Mãe, busca as crianças assim que você acordar. Eles estão sozinhos e eu não estarei mais aqui", dizia um trecho.
Mensagem teria sido enviada do celular de Thabata Caroline Gonzales Silva no mesmo dia em que ela foi achada morta em Franca, SP
Reprodução
Morte com tiros
Thabata foi encontrada morta em 18 de novembro de 2021. O corpo dela tinha marcas de tiro no lado direito da cabeça e estava em um carro abandonado na chácara dos pais de Teixeira, na divisa de São Paulo com Minas Gerais.
Na madrugada do crime, Teixeira teria saído do serviço por volta das 2h e, na sequência, avisado um colega que "teria feito uma cagada".
Principal suspeito, o ex-namorado se apresentou à polícia dias depois e disse que o disparo foi acidental, porque ele estava tentando evitar que Thabata se matasse com a arma dele. Laudos periciais descartaram a versão dele.
Em dezembro de 2021, a Justiça decretou a prisão preventiva de Teixeira. Ele acabou expulso da Polícia Militar em 2022, mas aguardou o julgamento no presídio militar Romão Gomes, em São Paulo (SP). Se condenado, deve cumprir a pena em uma penitenciária comum.
O policial militar Douglas da Silva Teixeira é suspeito de matar a ex-namorada, Thabata Gonzales, em Franca, SP
Reprodução
Espera por justiça
Para a mãe de Thabata, o julgamento do acusado leva a família aos dias em que o crime aconteceu. Segundo Maria Emília, a filha era uma pessoa determinada e feliz.
“A Thabata era uma menina batalhadora, arrojada, sem medo. O que tinha que encarar ela encarava para construir a vida. Tudo o que ela conseguiu foi sozinha, estudava, tinha bom relacionamento, tinha as crianças, ainda tinha tempo para se cuidar, ela gostava de se cuidar. Era muito feliz e de coração bom.”
Tia da vítima, Regina Helena Gonzales também espera que o ex-policial seja condenado.
“É muito difícil reviver o que aconteceu no dia do crime. A gente quer justiça. Estamos esperançosos nos jurados, que ele seja condenado por todos os crimes que ele cometeu.”
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